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Florence + The Machine – Minha Banda Favorita
Quero que Florence + The Machine toquem na minha festa de casamento. Minha entrada será ao som de “Heaven is here” e a primeira dança com meu marido vai ser a versão linda de “Stand by me” da Florence. Não, nesse ponto meu futuro marido não vai ter poder de decisão. Todo o resto é negociável. Esse é o poder que essa banda incrível tem sobre mim. Florence, quando no palco, parece um ser mítico, saído de outro mundo, outra dimensão… uma espécie de ninfa que enfeitiça com sua voz forte e movimentos fluidos – enaltecidos pelo figurino etéreo, pelo cenário encantado. Talvez, uma deusa mesmo. Fora do palco, no…
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Rosie, The Londoner
Não me lembro o começo da história da Rosie. Mas se não me falha a memória, acho que ela tinha mudado para Londres, adorava culinária e começou um blog para manter a família e os amigos atualizados das suas aventuras na cidade nova, principalmente na gastronomia. Isso, é claro, na época em que o Instagram ainda era mato. O Facebook já era alguma coisa, mas lembro de um post dela dizendo que não era fã da rede social. Enfim… Conheço a Rosie há uns bons anos. O blog dela, The Londoner, começou anos antes do Coração Boêmio e tinha um nicho muito diferente do meu naqueles tempos, mas eu gostava…
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Seiðr
Existe um tipo antigo de magia, conhecido entre os nórdicos, da qual pouco se sabe nos dias de hoje. Essa magia era praticada quase que exclusivamente por mulheres, que costumavam ter uma vida um tanto nômade, indo de cidade em cidade oferecendo sua sabedoria em troca de comida e um lugar para dormir. Essa magia era chamada seiðr, e as mulheres que a praticavam eram conhecidas, geralmente, como völva. A exceção masculina de que se tem conhecimento é do próprio Odin, que foi aprendiz de Freya. Seiðr é uma combinação de ciência natural usada para causar mudanças e alcançar certos objetivos. É um ritual em que canções e encantamentos são…
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Laurie Cabot, a tia excêntrica que sempre quis ter
Existe uma bruxa em Salem, Massachusetts. Uma bruxa que se veste de preto (todos os dias), usa um colar com o pentagrama e tem um familiar. Ela faz feitiços em seu caldeirão, vende poções mágicas, fala com espíritos e celebra a Roda do Ano. O estado de Massachusetts até reconhece ela como a “bruxa oficial de Salem”. Entre os praticantes da arte, e muitos outros que tiveram contato com ela através dos seus livros, ela é chamada de Laurie Cabot. Mas, para mim, ela é a tia Laurie. Não, eu nunca conheci ela pessoalmente. E estou bem certa de que ela nem suspeita da minha existência. Mas Laurie Cabot conquistou…
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Jovens Bruxas (1996)
Jovens Bruxas foi o filme que apresentou a bruxaria para mim. Não sei explicar muito bem, mas enquanto assistia ao filme, sozinha no cinema, meu corpo não parava de responder aos elementos mágicos do filme. Arrepios, vontade de chorar, saudade de alguma coisa que nunca conheci, alívio… Tudo aquilo parecia verdadeiro e real para mim, de alguma forma. E quando, no meio do filme, me perguntei “Sou uma bruxa?”, meu coração começou a bater num ritmo diferente, mais forte, como um tambor, estremecendo meu corpo inteiro. Bem ali, na sala de cinema, eu descobri que acreditava em alguma coisa maior que eu, maior que entidades divinas, maior que a minha…
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Bernadette Banner, Uma Viajante do Tempo
“Seja o personagem fictício que você deseja ver no mundo”, Bernadette disse. E suas palavras soaram como um tipo de permissão, que eu tanto precisava para expressar minha personalidade, também, através das minhas roupas. Sem ter consciência da minha existência, a magia de Bernadette Banner me encontrou do outro lado do mundo e quebrou a maldição do “medo de vestir o que quiser”. Bernadette Banner faz parte de um grupo incrível de mulheres que descobri, muito recentemente no Youtube, que são completamente apaixonadas por roupas históricas. Ela pode facilmente ser confundida com uma jovem Professora Minerva McGonagall e não parece se ofender com as comparações. Bernadette Banner é historiadora fashion,…
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A Mitologia Nórdica do Neil Gaiman
Comprei Mitologia Nórdica sabendo que encontraria dentro do livro histórias sobre (obviamente) Odin, Thor, Loki e, com sorte, alguns outros deuses dessa vasta mitologia cujo material, infelizmente, se perdeu muito com o passar dos séculos e outros conflitos históricos como, por exemplo, o religioso. Mesmo assim, Neil Gaiman conseguiu reunir o melhor do melhor e, em uma coletânea de pequenos contos, relata com ousadia histórias há muito esquecidas pela nossa cultura. O que eu não sabia, no entanto, é que aprenderia coisas novas sobre essa mitologia que tanto me fascina. Mesmo sendo um livro com o intuito de entreter (o que é feito com absoluto sucesso), Mitologia Nórdica é, também,…
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Fevereiro 2023
Antes da pandemia, eu já tinha entrado numa espécie de quarentena. “Esse é o maior ano sabático da história… é uma década”, disse minha amiga numa rara ocasião em que aceitei sair de casa. Nem sempre fui assim. De fato, costumava passar mais tempo do lado de fora do que no lado de dentro, em casa, quieta no meu canto. Porém, cerca de 10 anos atrás, resolvi parar para recarregar a bateria e pensar na vida. O que aconteceu foi que, percebi, eu era boa nessa coisa de ficar isolada, praticamente sem vida social. Ainda mais depois que descobri minha paixão pela escrita. Enfim… No começo de 2022, no entanto,…
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Quase uma Prenda
Eu tinha uns sete ou oito anos quando ganhei meu primeiro (e único) vestido de prenda. Era azul e branco, sem muitos babados e perfeito para mim. Eu amava aquele vestido da mesma maneira que amava as longas saias da minha mãe. Mesmo não sendo fã de música regional gaúcha, ficava feliz em participar dos bailes apenas para ter a oportunidade de usar meu vestido fora de casa (sim, eu rodopiava ele dentro de casa numa base quase diária). Logo, meu amado vestido deixaria de servir, minha mãe proibiria o uso das suas roupas colocando um fim nas minhas brincadeiras de “ser gente grande” com elas (completamente compreensivo, afinal, aquelas…
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Bruxa interior
Quando eu era criança, costumava fazer poções mágicas medicinais. Eu colhia grama e flores, colocava tudo numa caneca com água, pedia para a minha mãe ferver, depois falava algumas palavras mágicas e dava para minha avó beber. E ela bebia. Minha mãe falava “Não bebe isso, mãe”, mas ela retrucava que o meu remédio funcionava. (Vó, obrigada pelo voto de confiança.) Acho que sempre fui um tanto mística. Lembro de praticar magia mesmo quando ainda nem sabia falar direito. Mas a primeira vez que tive contato oficial com a bruxaria foi no começo da adolescência. Antes disso, para mim, bruxas eram aquelas figuras estereotipadas de Hollywood. De lá para cá,…