Por aí

Fevereiro 2023

Antes da pandemia, eu já tinha entrado numa espécie de quarentena. “Esse é o maior ano sabático da história… é uma década”, disse minha amiga numa rara ocasião em que aceitei sair de casa.

Nem sempre fui assim. De fato, costumava passar mais tempo do lado de fora do que no lado de dentro, em casa, quieta no meu canto. Porém, cerca de 10 anos atrás, resolvi parar para recarregar a bateria e pensar na vida. O que aconteceu foi que, percebi, eu era boa nessa coisa de ficar isolada, praticamente sem vida social. Ainda mais depois que descobri minha paixão pela escrita.

Enfim… No começo de 2022, no entanto, senti vontade de colocar o nariz pra fora de casa. E, aos poucos, fui renascendo das cinzas. MAS (e esse era uma grande “mas”), dessa vez eu queria fazer coisas que realmente tinha interesse, em vez de apenas acompanhar meus amigos em seus programas favoritos. E se, por acaso, eu tivesse que fazer isso sozinha, assim seria. O importante era manter minha sanidade, e para isso eu precisava seguir meu ritmo e gosto pessoal. Sem negociações.

Porém, para minha frustração, 2022 não foi muito movimentado. Mas prometi que 2023 faria melhor. Levaria a sério meu comprometimento com uma nova vida social. Eu precisava sair mais da minha caverna. Além disso, queria desesperadamente ver o mundo, pessoas, observar a natureza, comer fora e tomar um drink.

Janeiro foi medíocre. Fevereiro foi melhor.

Minha meta era levar meu corpinho para passear, no mínimo, uma vez por semana. Conhecer algum lugar novo. Ter novas experiências. Afinal, não apenas minha sanidade, mas também minha criatividade dependia de certo nível de estímulo exterior.

Um pouco antes da quarentena ter início, estive ao ponto de começar um pequeno projeto… Conhecer cafeterias e listar as minhas favoritas para ler ou escrever. Então, agora, resolvi desengavetar essa ideia.

Depois de uma pesquisa arrastada, encontrei alguns lugares na internet que despertaram o meu interesse. A lista é grande, e vai consumir meu ano tranquilamente.
Sem pressa, comecei meus passeios. No começo do mês, fui conhecer o Boulevard Laçador. Um lugar lindo, colado no Aeroporto de Porto Alegre.

Definitivamente pretendo voltar com um ou dois livros em mãos. Embora possa usufruir de algum dos ambientes para uma sessão de escrita, mesmo com o barulho de aviões passando vez ou outra, o lugar é mais convidativo para leituras.

Também visitei o famoso Caldeirão Furado.

Para os fãs de Harry Potter, a cafeteria e pub é uma pequena benção temática em Porto Alegre. Para ler ou escrever, porém, não é a melhor opção. Mas para deixar minha criança interior brincar livremente, vale outra visita.

Fora da categoria “ler e escrever”, também estava na minha lista de passeios eventos em que seria necessário mais esforço e dedicação com o visual.

O Candlelight Concert garantiu a remoção das teias de aranha dos sapatos de salto alto. Finalmente tive a oportunidade de usar minhas “roupas de passeio” fora de casa. Porque, sim, muitas foram as vezes nessa minha década sabática, em que me produzi toda para divagar olhando pela janela ou beber um bom vinho assistindo filme.

Adoro música clássica. Mais de uma vez me emocionei no evento. E, em certas ocasiões, a musa da inspiração sussurrou em meu ouvido enquanto escutava, encantada, o concerto.

Não preciso dizer que, ao voltar para casa, meu encontro com a escrita estava marcado.

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