• Por aí

    Café e Coisas Antigas

    Creio ter descoberto um pequeno paraíso em Porto Alegre… O Relicário Café e Antiguidades. Decidi, num domingo chuvoso, que aquele seria o dia perfeito para conhecer o antiquário que o algoritmo do Instagram tinha me apresentado há alguns meses. Pensei que, com chuva, o lugar estaria mais tranquilo porque, de forma geral, as pessoas tendem a ficar em casa nesses dias. E eu estava certa. Uma das grandes vantagens de sair para conhecer lugares novos em domingos chuvosos é a facilidade em encontrar vagas para estacionar bem em frente ao local. Nem precisei abrir meu guarda-chuva, apenas saí do carro e entrei no antiquário. Eu tenho esse sonho – que…

  • Boemia,  Por aí

    Nove Dois Pub e Eu

    Não foi a primeira vez, e com certeza não será a última, em que eu e minha coragem tímida enfrentamos uma noite sozinha em público. Na quinta-feira, pela segunda vez, me encontrei a caminho do Nove Dois Pub, em Porto Alegre. Na primeira vez em que estive no Pub, confesso, estava tão anestesiada com a experiência de estar numa “festa” sozinha que acabei não processando muito bem a situação. Além disso, certo momento naquela noite, distrações apareceram. Mas desta vez eu estava comprometida com a ideia de, realmente, conhecer o lugar. E sentir cada segundo o que era ser uma mulher desacompanhada na noite que, geralmente, é dominada por rostos…

  • Mí(s)tico

    Israel com Aline

    Há alguns meses – ou talvez tenha sido até mesmo no ano passado (aliás, que dia é hoje?), não sei ao certo – encontrei um vídeo do canal da Aline passeando pelo meu feed no Youtube. Provavelmente ele estava lá pelas graças do algoritmo que, nessas alturas, bem conhece meu gosto pela pesquisa sobre civilizações antigas. Não lembro qual era o assunto, mas fiquei curiosa com o título – que também não lembro qual era – e cliquei para ver o que aquela mulher, que falava a mesma língua nativa que eu, tinha para dizer. Lembro que achei interessante, mas como não era relevante ao que estava pesquisando na época,…

  • Boêmios

    Annabel Magaret – The Green Witch

    Quando eu era criança, poderia ser facilmente encontrada no pátio da casa colhendo pequenas flores, grama e ervas daninhas para criar remédios e poções mágicas. Hoje, embora possua uma respeitável coleção de vasos para uma iniciante em herbalismo, ainda estou rastejando no jardim das ervas e plantas mágicas/medicinais. A jornada da Annabel de encontro com o misticismo é parecida com a minha. Quando criança, uma forte conexão com a magia das plantas estava presente. Mas com o passar dos anos o contato foi se perdendo, até que um livro chegou em suas mãos. No meu caso, um livro sobre a ciência da bruxaria. No caso da Annabel, um livro sobre…

  • Mí(s)tico

    Línguas Antigas

    Ao ter a oportunidade de aprender outras línguas, compreendi que durante o processo de tradução muito do que foi escrito originalmente pode ser perdido por inúmeras razões. Mas meu maior problema sempre envolveu questões de interpretação de texto. O trabalho disponível por tradutores ao redor do mundo é extraordinário, mas ainda é passível de interpretação. Algumas palavras não possuem tradução em línguas diferentes, e o histórico sociocultural do tradutor em questão pode, e provavelmente vai, ter forte influência no seu trabalho. Além disso, ninguém está isento de erros. Por isso, logo ficou claro para mim, enquanto minha curiosidade por civilizações antigas crescia, que seria preciso aprender suas línguas para não…

  • Vida

    Fim do Verão

    Eu costumava rezar, na minha adolescência, para que a temperatura atingisse os 30 ºC. Moro do sul e por aqui, alguns anos atrás, não era comum essas ondas de calor absurdas que temos hoje em dia. 40 ºC não era uma possibilidade. Não que eu me lembre, pelo menos. E naqueles dias, eu vivia pelo calorão porque queria passar o tempo inteiro na água. Minha mãe disse que, quando eu era criança, não podia tirar o olho de mim se estivéssemos na beira da praia. Era uma piscada mais longa e ela tinha que sair correndo atrás de mim, que corria em direção das ondas com os braços estendidos chamando…

  • Artes,  Ouvir

    Florence + The Machine – Minha Banda Favorita

    Quero que Florence + The Machine toquem na minha festa de casamento. Minha entrada será ao som de “Heaven is here” e a primeira dança com meu marido vai ser a versão linda de “Stand by me” da Florence. Não, nesse ponto meu futuro marido não vai ter poder de decisão. Todo o resto é negociável. Esse é o poder que essa banda incrível tem sobre mim. Florence, quando no palco, parece um ser mítico, saído de outro mundo, outra dimensão… uma espécie de ninfa que enfeitiça com sua voz forte e movimentos fluidos – enaltecidos pelo figurino etéreo, pelo cenário encantado. Talvez, uma deusa mesmo. Fora do palco, no…

  • Boêmios

    Rosie, The Londoner

    Não me lembro o começo da história da Rosie. Mas se não me falha a memória, acho que ela tinha mudado para Londres, adorava culinária e começou um blog para manter a família e os amigos atualizados das suas aventuras na cidade nova, principalmente na gastronomia. Isso, é claro, na época em que o Instagram ainda era mato. O Facebook já era alguma coisa, mas lembro de um post dela dizendo que não era fã da rede social. Enfim… Conheço a Rosie há uns bons anos. O blog dela, The Londoner, começou anos antes do Coração Boêmio e tinha um nicho muito diferente do meu naqueles tempos, mas eu gostava…

  • Por aí

    Fevereiro 2023

    Antes da pandemia, eu já tinha entrado numa espécie de quarentena. “Esse é o maior ano sabático da história… é uma década”, disse minha amiga numa rara ocasião em que aceitei sair de casa. Nem sempre fui assim. De fato, costumava passar mais tempo do lado de fora do que no lado de dentro, em casa, quieta no meu canto. Porém, cerca de 10 anos atrás, resolvi parar para recarregar a bateria e pensar na vida. O que aconteceu foi que, percebi, eu era boa nessa coisa de ficar isolada, praticamente sem vida social. Ainda mais depois que descobri minha paixão pela escrita. Enfim… No começo de 2022, no entanto,…

  • Vida

    Mãe Natureza

    Nasci e cresci em centros urbanos. Prédios altos, carros e motos barulhentos, poluição, asfalto, vizinhos com gostos musicais diferentes dos meus, violência de todos os tipos nas ruas, correria… caos. Tudo isso fez (e ainda faz) parte da minha vida cotidiana. Eu era – e meio que ainda sou – o que, aqui no Rio Grande do Sul, chamamos de “guria de apartamento”. Em poucas palavras: eu não sabia a diferença entre inço e grama. (E, honestamente, até hoje ainda acho que é tudo meio que a mesma coisa, e o que distingue uma coisa da outra é o nosso julgamento.) Enfim… Fui acampar uma vez. Era feriado de páscoa.…

error: Content is protected !!