Vida

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    Fim do Verão

    Eu costumava rezar, na minha adolescência, para que a temperatura atingisse os 30 ºC. Moro do sul e por aqui, alguns anos atrás, não era comum essas ondas de calor absurdas que temos hoje em dia. 40 ºC não era uma possibilidade. Não que eu me lembre, pelo menos. E naqueles dias, eu vivia pelo calorão porque queria passar o tempo inteiro na água. Minha mãe disse que, quando eu era criança, não podia tirar o olho de mim se estivéssemos na beira da praia. Era uma piscada mais longa e ela tinha que sair correndo atrás de mim, que corria em direção das ondas com os braços estendidos chamando…

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    Mãe Natureza

    Nasci e cresci em centros urbanos. Prédios altos, carros e motos barulhentos, poluição, asfalto, vizinhos com gostos musicais diferentes dos meus, violência de todos os tipos nas ruas, correria… caos. Tudo isso fez (e ainda faz) parte da minha vida cotidiana. Eu era – e meio que ainda sou – o que, aqui no Rio Grande do Sul, chamamos de “guria de apartamento”. Em poucas palavras: eu não sabia a diferença entre inço e grama. (E, honestamente, até hoje ainda acho que é tudo meio que a mesma coisa, e o que distingue uma coisa da outra é o nosso julgamento.) Enfim… Fui acampar uma vez. Era feriado de páscoa.…

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    Florescer

    Eu sento na minha cadeira em frente ao computador mais um dia. E, hoje, como tantas outras vezes, me sinto um pouco triste. Está chovendo e a temperatura amenizou. Embora prefira o verão, sou grata pelas nuvens carregadas no céu. Mesmo sendo tolerante com altas temperaturas, nos últimos dias andei desejando um cenário como o de hoje. Em outras circunstâncias, poderia afirmar que minha tristeza está relacionada ao dia cinzento. Mas hoje não é o caso. Na verdade, não é bem uma tristeza. É um aperto no coração acompanhado da vontade de chorar. Eu sei, parece tristeza, mas tenho minhas dúvidas. Afinal, a tristeza e eu somos velhas amigas, e…

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    Primavera

    É aquela época do ano, mais uma vez. A vontade de decorar a casa com flores e mudar os móveis de lugar reflete o período final de minha hibernação. O inverno está chegando ao fim e, junto com ele, meu desejo de permanecer na Floresta Sombria. Agora, começo minha caminhada para o Bosque Encantado. E pelos próximos meses, é por lá que permanecerei, até o regresso dos dias mais frios. Meu corpo segue, instintivamente, os ciclos da natureza. Para mim, é inevitável. Mesmo sem estar consciente do calendário, minha biologia está em perfeita sincronia com cada estação. No momento, tudo que mais quero é dar início ao plantio das sementes…

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