
9 coisas que aprendi com a solidão
Em 2014, quando comecei meu ano sabático, não imaginei que a solitude faria parte do meu estilo de vida. Sabia que algumas relações seriam cortadas, mas jamais imaginei que o meu contato com o mundo exterior seria resumido em um grupo reduzido de três amigas próximas. Tão pouco imaginava que ficar na minha própria companhia se tornaria minha atividade social favorita – ainda mais quando um dos meus maiores prazeres era estar cercada de amigos e conhecidos.
Então, aquele que seria um ano de férias para a cabeça, para alma e para o coração, acabou se transformando em anos de autoconhecimento. E o que seria apenas uma desintoxicação social temporária, acabou virando uma ação constante necessária. Depois de dez anos vivendo quase que por completo somente com a minha companhia, eis as 9 coisas que aprendi com a solitude:
1 – As pessoas nem sempre aceitam a sua escolha
Eu costumava passar mais tempo na rua do que em casa. Estava sempre perambulando por aí na casa de amigos, passeando, saindo para festas, trabalhando. As pessoas, de um modo geral, estão acostumadas a ver outras pessoas nesse ritmo de vida focado nas experiências externas. E isso é absolutamente normal.
Mas, um dia, me fechei para o mundo externo – entrei na caverna, para o casulo, para a concha ou para qualquer outro lugar que você entra quando quer passar um tempo apenas isolado na esperança de sair de lá renovado.
Eu nunca tinha feito isso antes na minha vida. Foi a primeira vez e, confesso, estava assustada. Morria de medo de ficar sozinha comigo mesma. Será que eu gostaria de mim quando ninguém estivesse olhando e tudo o que sobrasse fossem os meus próprios pensamentos, vontades e desejos? Será que eu aguentaria o fardo de ser eu mesma sem a influência externa da sociedade? Será que eu conseguiria viver sem ninguém me dizendo como viver a minha vida, sem ninguém para me segurar quando as pernas ficassem cansadas de carregar o peso das minhas emoções intensas?

O que aconteceu foi que acabei me apaixonando por mim. E foi então que descobri que o meu maior medo era me acostumar com uma vida solitária e acabar virando uma espécie de eremita urbana, porque bem no fundo eu sabia que quem eu era quando ninguém estava olhando era a pessoa com quem queria passar o resto da minha vida – e a consequência desse ato seria uma jornada muito mais silenciosa e um tanto solitária. Um cenário bem diferente do qual fui criada. Um cenário bem diferente do qual a maioria de nós foi criado.
Crescemos sendo moldados na ideia de que para a nossa sobrevivência é melhor permanecermos em grupo e quanto maior for o número de pessoas, melhor. Mas esse é um conceito um pouco ultrapassado, afinal, ninguém mais vive em cavernas onde há o risco de ser atacado por um animal selvagem. De fato, hoje em dia, corremos muito mais riscos de sermos atacados nas grandes cidades pelo mesmo animal cuja espécie pertencemos. Então, quando alguém que supostamente deveria viver em bando resolve se afastar e virar uma espécie de lobo solitário, o bando tende a rejeitar aquela ideia e achar isso um absurdo.
O que acontece é o seguinte: muitas pessoas (muitas mesmo) vão fazer comentários do tipo, “Você precisa sair mais de casa, conversar com outras pessoas”, “Nossa, não entendo como você consegue não fazer nada, não ver gente”, “Você vai acabar ficando louca e sozinha”, e por aí vai…
Eu também não entendia os monges tibetanos que escolhiam viver uma vida reclusa e passar os dias meditando em cavernas. Hoje respeito isso. Entendo eles em certo nível. Não pretendo ir morar nos Himalaias ou algo do tipo, e também não pretendo fechar os olhos para o mundo diante de mim. Poder chamar de amigos um número limitado de pessoas e cortar relações com aquelas que não me acrescentam nada não é egoísmo, é autopreservação.
Nos dias de hoje, o perigo se encontra nas aglomerações. Se você quiser preservar um alto grau de sanidade, contente-se em ser chamado de eremita, hippie ou a velha louca dos gatos. Não viver em bando significa ser diferentão aos olhos da sociedade. E a sociedade tende a rejeitar o que é diferente porque eles não compreendem – e, também, porque o ser humano teme aquilo que desconhece.
Sim, seguir um estilo de vida fora dos padrões convencionais assusta muita gente. E quando as pessoas sentem medo, das duas uma: ou elas atacam ou elas correm na direção oposta.

2 – A vida ganha um ritmo diferente
A vida cotidiana é muito corrida. Parece que nunca sobra tempo. E quando sobra, estamos muito cansados para aproveitar. Mas isso não acontece quando você tem um estilo de vida mais recluso.
Viver cercado de pessoas exige um preço: o seu tempo. E esse pode ser um preço muito alto a se pagar. O tempo é nosso bem mais valioso nesta vida e devemos usar ele com sabedoria – de preferência fazendo coisas que nos agradam. O que nem sempre acontece quando temos trabalho demais, amigos demais, deveres demais, responsabilidades sociais demais.
Quando escolhemos por uma vida mais reclusa, ganhamos tempo.
Ganhamos tempo porque já não precisamos mais comparecer naquele evento só para fazer a social. Ganhamos tempo porque paramos de usar ele para agradar os outros em vez de nós mesmos. Ganhamos tempo porque deixamos de nos preocupar com pessoas e situações que não são responsabilidades nossas. Ganhamos tempo porque o círculo de pessoas importantes que valem a nossa atenção diminui, nossos deveres se reduzem, nossos “tenho que fazer” se transformam em “quero ou não quero fazer”. Ganhamos tempo de sobra para realizar aquilo que é importante de verdade para nós mesmos. E, como consequência, percebemos que o tempo desacelera e, às vezes, até perdemos a noção dele. Quando para o resto do mundo se passou um mês (mesmo aqueles meses de 528 dias), para você ainda não se passou nem uma semana.
O tempo é relativo. Ele não passa de maneira igual para todo mundo. Depende da maneira como você percebe a vida. E sabe o que acontece quando o seu relógio interno desacelera? Exato, você ganha mais tempo. E isso influencia até mesmo as suas células, o seu processo de envelhecimento.
No modelo de vida convencional, somos governados pelo relógio externo. E não há nada de errado nisso, afinal, esse é um sistema maravilhoso para nos manter orientados, de certa forma. Mas nosso organismo possui um relógio interno com regras e vontades próprias. Existem pessoas que funcionam melhor de noite, outras logo pela manhã. Existem pessoas que não socializam antes do café da manhã, outras que que acordam com energia o bastante para iluminar uma cidade inteira. Tem gente que precisa de oito ou nove horas de sono, e tem quem não precise nem de cinco.
A partir do momento em que você se afasta das necessidades da sociedade e do seu relógio corrido – que diz quando você tem que comer, que horas ir dormir e acordar, que controla o seu dia a dia -, você começa a escutar seu próprio corpo. E quando você começa a respeitar o seu relógio biológico, percebe que a vida tem um ritmo natural. Um ritmo constante, mas paciente e tranquilo. Então você se dá conta de que parou de correr contra o tempo e, em vez disso, começou a se mover na mesma velocidade que ele.
O tempo voa? Depende do seu ponto de vista. Se você vive contando as horas, os dias, os meses, os anos, então sim, o tempo voa. Mas quando você perde essa noção de tempo imposta pelo modelo de civilização em que estamos inseridos… é como se, de repente, você ganhasse mais tempo do que precisa para fazer tudo o que deseja.

3 – Aprendi a reconhecer as minhas necessidades
Quando passamos mais tempo na nossa própria companhia do que cercada por outras pessoas, desenvolvemos a capacidade de ouvir nossos pensamentos prestando atenção neles.
Vivendo em sociedade fica fácil confundir nossos desejos com os desejos dos outros. Somos seres feito de energia. Nossos pensamentos são energia. E podemos nos contagiar com pensamentos alheios.
O melhor exemplo que posso dar em relação a isso é aquela sensação que todos nós já sentimos pelo menos uma vez na vida de que “a vibe daquela pessoa ou daquele lugar não era boa” ou “adoro ir naquele lugar porque me sinto bem lá” ou “adoro aquela pessoa porque me sinto bem perto dela”. Isso é energia. Essa energia está presente em tudo, e nossos pensamentos são responsáveis por esse campo energético que se expande ao nosso redor e ao redor de quem estiver por perto.
Existem pessoas que são facilmente influenciadas pela energia alheia, assim como existem aquelas com o dom da influenciar os outros sem esforço. Também existe um grupo especializado em “sugar” energia alheia, mas não vou entrar nesse tópico agora.
A questão é que quando passamos todo o nosso tempo acompanhados, de um jeito ou de outro, acabamos sendo influenciados pela energia presente no local e ao redor daqueles que nos cercam. Nós somos, em essência, um ecossistema trocando informações constantemente. E se não nos conhecermos muito bem, corremos o risco de seguir nossas vidas de acordo com a vontade dos outros sem nunca perceber, crentes de que nossos gostos e escolhas são vontades próprias em vez de mera influência das pessoas que convivemos e do ambiente em que estamos inseridos.

Depois que comecei minha jornada sabática, percebi que tinha perdido o rumo completamente. Eu estava vivendo de acordo com as influências externas. E aquela não era a vida que tinha sonhado para mim antes de ser engolida pela sociedade e suas necessidades vorazes extremas. O que descobri foi que, mesmo desejando certas coisas, existia um número significativo de outras coisas que eu só queria porque as pessoas com quem me relacionava também queriam. E o mesmo aconteceu com o meu padrão de pensamentos. Quando me afastei daquela vida social insana e agitada, descobri que muitas das opiniões que tinha como minhas eram, na verdade, a opinião dos outros.
Ficar sozinha – e permanecer nessa situação por um longo período de tempo – me ensinou a reconhecer minhas vontades e pensamentos. Agora, quando estou com amigos, com a família ou conheço pessoas novas, mesmo com alguns deslizes, ainda consigo identificar quando estou sendo influenciada pela energia deles e, assim, resistir aos velhos hábitos de me deixar levar pelos desejos e vontades que não me pertencem.

Esse ainda é um trabalho em progresso. Como disse, às vezes deslizo nos velhos hábitos. É mais fácil ser conduzida pela multidão do que assumir o controle dos próprios passos. Mas, acredito, estou bem melhor nessa tarefa hoje do que estava ontem.
4 – Aprendi a me respeitar
Depois que a gente aprende a reconhecer nossas necessidades, nossos desejos e sonhos sem influência externa, aprendemos a respeitar essas necessidades, desejos e sonhos. Quando a sua única preocupação é se manter feliz, você entende que essa condição se mantém apenas quando respeitamos a nós mesmos. E quando a gente começa a se respeitar, aos poucos vamos aprendendo a dizer “não” sem medo de magoar alguém porque o que mais importa é não nos magoar. A gente aprende a respeitar as escolhas e opiniões dos outros sem aderir a elas por medo de ficar sozinho.
Tenho meus limites e alguns gostos peculiares, e respeito isso com certa devoção. Depois de praticamente uma vida inteira tentando encaixar meu parafuso quadrado no buraco redondo da sociedade, rejeitando minha essência – e sofrendo por isso -, me sinto no dever de cultivar adoração pela minha esquisitice (que, na verdade, me parece muito natural e normal).

5 – Compreendi o significado da frase “antes só do que mal acompanhado”
Pois então… muito usei essa frase na minha vida, mas em nada compreendia ela.
Antes só do que mal acompanhado não se refere apenas a relacionamentos amorosos. Longe disso. Essa frase deveria ser o mantra de quem está em processo de transformação na vida, porque o que mais tem neste mundo são pessoas prontas para jogar um balde de água fria no seu banho quente.
A partir do momento em que você meio que se isola das pessoas e fica mais na sua, percebe que certas “amizades” não servem para nada além de atravancar a sua vida – seja deixando você triste, irritado, cansado (física e emocionalmente), apático, pra baixo, desmotivado (esse é triste demais… pessoas que nos desmotivam devem ser banidas do nosso círculo de amigos, mesmo aqueles que são divertidos e legais, não vale a pena) e por aí vai.
Para o nosso próprio bem, é preciso fazer uma faxina no círculo de amizades.
E essa tarefa pode ser muito, muito, muito difícil uma vez que, às vezes, essas pessoas são os nossos pais, irmãos, marido/esposa, filhos… Cortar relações com aquele amigão sem noção é fácil, complicado é perceber que a fonte da sua falta de apetite pela vida e pelos seus objetivos é alguém que compartilha a mesma casa que você, alguém com quem você está em contato 7 dias por semana, 12 meses do ano (e, em alguns casos, 24 horas por dia também).
Ainda assim, é muito válido reavaliar a nossa situação de vida de tempos em tempos e refletir sobre o tipo de relacionamento que queremos manter na nossa rotina.

6 – Percebi que a maioria dos relacionamentos são superficiais
Pode ser frustrante perceber que aquela amizade que você acreditava ser uma conexão de outras vidas, na verdade, não passava de uma conexão superficial. Ou seja, vocês só eram amigos porque, até então tinham os mesmos interesses.
Não estou dizendo que isso é uma coisa ruim. Não mesmo. Esse tipo de conexão é a base da nossa civilização. Todos nós estamos vibrando numa certa frequência e, consequentemente, atraindo pessoas e situações para a nossa realidade o tempo inteiro. Então, quando você muda o seu padrão de pensamentos, os seus desejos, as suas vontades, o seu estilo de vida, aquelas pessoas com quem você estava acostumado a se relacionar – e que permanecem no mesmo padrão – vão se afastar de você. Na verdade, você vai se afastar delas.
Mas não se preocupe, ainda existem pessoas com quem você vai se relacionar que, mesmo não vibrando exatamente na mesma frequência que você, vão permanecer na sua vida. É um número bem reduzido de pessoas, sim, mas são os únicos relacionamentos que devem ser mantidos por perto.

7 – Descobri que é muito bom ser eu mesma e que adoro a minha companhia
Essa parte, para a Pâmela que sonha em compartilhar a vida com alguém, pode ser perigosa. Porque o que acontece, geralmente, nesses casos de solitude por livre e espontânea vontade é que… bem, você meio que se acostuma a ser dono do seu tempo, não dar satisfações, não se preocupar em correr riscos porque ninguém depende de você e outras coisas que somente alguém que vive para si mesmo é capaz de relatar.
Parece um pouco egoísta? Pode ser. Mas como tudo nessa vida, depende do ponto de vista. Talvez isso seja exatamente o que o mundo precisa agora… de pessoas cuidando com amor e carinho dos próprios jardins.
Além disso, existe aquele bônus de poder fazer coisas que você normalmente não faria na frente de mais ninguém simplesmente porque não tem ninguém ali para se incomodar com aquela sua mania chata (todo mundo tem uma mania chata e as pessoas não são obrigadas a conviver com as manias chatas dos outros, então, em prol da política da boa vizinhança, acabamos guardando nossas manias chatas para os momentos de solitude). O problema das manias chatas é que elas são maravilhosas para nós, e depois que nos acostumamos com a presença delas no nosso cotidiano, é difícil abrir mão delas.
Somado a isso existe o fato de que é divertido gostar das mesmas coisas que você gosta, rir das mesmas piadas que você ri, não perturbar você mesma quando tudo o que você quer é santa paz e silêncio, ter as mesmas opiniões… é como se você descobrisse que é a sua própria alma gêmea. Ou algo parecido.
De um modo geral, depois que você passa muito tempo sozinho, dá preguiça de ter que ajustar a sua rotina com a rotina de outra(s) pessoa(s).
No momento, minha liberdade está cobrando seu preço, e eu pago ele de bom grado. Porque, cara, eu amo a minha liberdade. Amo não depender dos outros para fazer o que quero na hora que quero. Amo saber que posso decidir fazer o que me der na telha, agora, sem precisar combinar nada com alguém, sem precisar marcar datas e contar tempo no relógio. Amo o fato de que, se quiser, posso simplesmente não fazer nada em plena segunda-feira, ou terça ou quarta ou quinta ou sexta, e que não preciso esperar pelo fim de semana ou feriado ou festas de fim de ano para viajar, relaxar, vegetar assistindo Netflix…
Eu amo a liberdade que conquistei – e só estou disposta a uma concessão caso encontre alguém seguindo na direção do mesmo horizonte que eu. Afinal, como disse ali em cima: antes só do que mal acompanhada.

8 – Aprendi a me amar
Tem uma galera por aí que gosta de mencionar uma frase famosa de Jesus em que ele diz para amarmos ao próximo como amamos a nós mesmos.
Com todo respeito a esse mestre ancestral, acho que ele subestimou a capacidade humana de se amar de forma doentia. Se Jesus eu tivesse sido, teria dito “Ame a si mesmo da maneira que gostaria de ser amado pelo próximo”. Parece egoísta, mas tenho uma explicação plausível, juro.
O lance é o seguinte: as pessoas não sabem se amar. Elas aprenderam ao longo dos séculos a servirem ao próximo. E fazem isso esperando algo em retorno: dinheiro, atenção, amor… As pessoas tendem a confundir amor com negócios. Isso porque, de novo, elas não sabem se amar. Antes de amar ao próximo precisamos desenvolver amor por nós mesmos.
Quantas pessoas você conhece que não cuidam com amor e carinho de si mesma? Quantas pessoas você conhece que não se valorizam e se menosprezam diariamente? Quantas pessoas você conhece que não cuidam da sua integridade física, mental e emocional?
Todos nós, em certo nível, temos nossas carências. O nosso trabalho é aprender a cuidar de nós mesmos sem esperar nada em troca por isso. Nos amar é o maior ato de caridade que podemos fazer pelo mundo, porque quando nos amamos, damos valor a vida e tudo que está ao nosso redor. Consequentemente, nos amando, estamos amando ao próximo.
Quando uma pessoa aprende a se amar de forma genuína e saudável, ela deixa de buscar o amor nos outros. E quando deixamos de buscar o amor nos outros porque estamos transbordando amor de nós mesmos, compreendemos o que significa amar ao próximo sem exigir nada em troca.
Você não pode dar o que não tem. Se não sente amor por você mesmo, garanto, não sentirá amor por mais ninguém. Pode sentir algo semelhante, algo mais mundano e superficial. Mas amor, livre de amarras e deveres, você só sente depois que aprende a amar a pessoa que você é – com todos os seus defeitos e qualidades, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, na noite mais escura da alma ou nos dias mais iluminados… até o fim da sua vida.
O seu relacionamento com você mesmo é o mais importante. Todo o resto é consequência.

9 – Descobri que o meu tempo vale mais que ouro
Tempo é tudo que temos que não tem valor monetário (embora a sociedade insista em nos pagar por ele e, em troca, dedicamos nossos melhores anos ao funcionamento de uma máquina que, na grande maioria dos casos, não nos favorece muito).
Nada contra o dinheiro – ou ouro -, acho uma moeda de troca incrível e que facilita a vida. Imagina se tudo fosse permuta… daria mais trabalho para conseguir certas coisas. Para mim, dinheiro é tipo direito de escolha – ele me dá o direito de escolher o que quero fazer. Simples assim. Maravilhoso como ele só.
Por isso compreendo o poder que ele exerce em nossas vidas. Dinheiro é sinônimo de liberdade (pelo menos no nosso atual sistema social). Mas também conheço o perigo que ele representa para essa mesma liberdade. Porque de nada adianta passar uma vida inteira trabalhando feito um burro de carga (pobre bicho) para economizar o suficiente para aproveitar a aposentadoria e quando a aposentadoria chegar você se descobrir velho e cansado demais para fazer qualquer coisa com aquele dinheiro.
De que valeu todo aquele tempo trabalhando pelo dinheiro?

Desde que me lembro, sempre tive aversão ao “trabalho forçado”. E como fui criada por uma mulher que só se sente útil quando está trabalhando, numa família que também segue os mesmos padrões de estabilidade financeira e cercada por pessoas com a mentalidade semelhante, demorei mais de trinta anos para descobrir que posso ter dinheiro e ser dona do meu tempo sem me matar trabalhando.
Descobrir que posso ter dinheiro sem precisar trabalhar foi a revelação das revelações financeiras para mim. E perceber que não precisava ter nascido em berço de ouro ou ganhar na loteria para conseguir isso foi como tirar o peso da sobrevivência das minhas costas.
Desde então, me dediquei a estudar as maneiras de gerar renda passiva que mais me agradavam e comecei a valorizar o meu tempo não pelo dinheiro que ele gera, mas pelas experiências que me proporciona.
Hoje vivo para isso: ter experiências. Aprender coisas novas, conhecer lugares novos, fazer coisas que antes não poderia fazer porque estava ocupada demais fazendo o que meu chefe mandava em troca de míseros reais no fim do mês.
Se for para colocar um preço no meu tempo, então que seja fazendo coisas que me agradam. Caso contrário, estou fechada para negócios.



5 Comentários
Thais
Muito obrigada pela resposta! Vendo o seu site e com suas palavras ganhei uma força a mais para buscar fazer o que realmente gosto. Utilizarei seu email para tirar mais dúvidas que surgirem.
Agradeço novamente pela solicitude <3
Thais
E como você consegue trabalhar fora desse sistema? Eu comecei há quase 2 anos e já estou exausta. O trabalho é a vida das pessoas e todo mundo está acomodado e aceitando o fato de passarem mais tempo na frente de um computador feito um zumbi do que com seus próprios familiares.Não consigo aceitar que o melhor da minha existência está entre as quatro paredes de um escritório, agência ou seja lá o que for. Quero ter tempo para fazer o que me faz feliz, mas sou limitada pela necessidade monetária. Como sair desse padrão?
Pâmela
Oi, Thais. Já estive na sua pele e sei bem o que você está sentindo. Para sair do sistema criado pela nossa sociedade é preciso criatividade, jogo de cintura e paciência. No meu caso, tudo que precisei foi encontrar maneiras de gerar renda fazendo o que eu gosto. E o que eu gosto de fazer envolve arte: faço artesanato e sou escritora. Recentemente abri uma loja online no Elo7 (Tenda Boêmia) e enquanto meus livros não são publicados escrevo textos como freelancer – e faço isso no conforto da minha casa ou de qualquer lugar do mundo.
Mas o grande truque para trabalhar fazendo o que gosta sem ter medo de acabar morrendo de fome é fazer o dinheiro trabalhar para você. Há dois anos descobri o mundo dos investimentos com o canal Me Poupe, da Nathalia Arcuri, lá no Youtube, e minha vida nunca mais foi a mesma. Se você nunca assistiu os vídeos dela e não entende nada de finanaças (eu mesma era um asno em relação a isso há dois anos), está perdendo um tempo valiosíssimo. Ela tem uma linguagem bem simples e explica tudo de um jeito fácil e divertido.
Então minha dica para você é a mesma que apliquei na minha vida: se afaste de tudo e todos que colocam você para baixo e fazem você se sentir inferior ou que façam você se sentir aprisionada, descubra o que você realmente gosta de fazer (geralmente é algo que você faria mesmo que fosse de graça) e como gerar renda com isso, invista em conhecimento e aprenda como fazer o dinheiro trabalhar para você (ou seja, formas de gerar renda passiva).
Além disso, se você achar que de alguma maneira está se autosabotando, indico a leitura de “Quebrando o hábito de ser você mesmo“, do Dr. Joe Dispenza. É um livro maravilhoso que mostra o quanto os nossos hábitos nos limitam e governam a nossa vida sem que a gente perceba (tem vários vídeos do Dr. Joe Dispenza no Youtube também, ele é especialista em neurociência e dá palestras falando sobre como podemos mudar nossas vidas apenas mudando nossos hábitos e padrões de pensamentos, mas ele é americano e a maioria dos vídeos não tem legenda).
Basicamente foram essas as coisas que eu fiz – e tenho feito – para manter minha vida em harmonia com os meus sonhos e desejos. Se tiver mais alguma dúvida ou precisar de alguma outra dica, meu e-mail é coracaoboemio@gmail.com. Responderei assim que puder. Espero ter ajudado.
Fique bem! Com amor, Pâmela.
Anônima
Que texto maravilhoso.
Pâmela
Obrigada! 🙂