• Boêmios

    Gone With the Wynns

    “E se, em vez de viajar de van, eu viajasse de barco?”, divagou minha imaginação. “Sim, sim… eu consigo ver… Uma versão moderna de uma pirata boêmia, em um barco com velas roxas (ou pretas) chamado Bruxa do Mar.” E, desde então, entrei num vórtex sem fim viciante em que todos os dias preciso assistir, pelo menos, um videozinho sobre o assunto. Na verdade, viajar por aí em um barco não é assim uma super novidade para mim. Isso já passou pela minha cabeça inúmeras vezes ao longo da minha vida, mas sempre pareceu algo muito distante da minha realidade. Transformar uma van numa casa, sem problemas. Agora, fazer isso em…

  • Mí(s)tico

    Witch Bottle – Garrafa de Bruxa

    Entre os séculos XVI e XVII, era comum a prática de bruxaria contra bruxas – embora quem a praticasse estivesse em profundo grau de negação e não reconhecesse tal ação pelo que realmente era: um feitiço para combater feitiços e feiticeiras. O feitiço mais comum naqueles tempos foi a Garrafa de Bruxa (Witch Bottle, em inglês). De cerâmica ou vidro, a garrafa era feita com a intenção tanto de combater maldições já lançadas e mandando de volta todo o mal para a sua fonte de origem quanto para proteção preventiva contra o mal e espíritos malignos. As primeiras menções escritas sobre as garrafas de bruxa foram encontradas em um livro…

  • Mí(s)tico

    O Mar e Eu

    Me considero uma espécie de eremita urbana. Evito transitar por ruas movimentadas e há tempo não sei mais lidar com aglomerações. De fato, acho que nunca soube muito bem. Me sinto melhor quando estou sozinha ou na companhia de poucos e bons amigos. Ainda bem que o mundo é imenso. Para cada lugar onde as massas se amontoam, existe mais de dez onde o silêncio e a solidão ainda prevalecem. E foi assim que, dia desses, me encontrei numa extensa faixa de praia deserta. Naquele dia, coletei pedras, conchas e um punhado de areia. Fiz uma longa caminhada e nem me importei com a barra da saia molhada pelas ondas.…

  • Artes,  Ver

    Vida de Pirata

    Existem histórias com um poder único: elas nos transportam para mundos nunca antes vistos, mas dos quais sempre escutamos os ecos dos seus chamados. Às vezes, quando se tem sorte o bastante de ouvir esses ecos, podemos nos deixar levar pelos fantasmas da imaginação. E, vez ou outra, cruzamos caminhos com alguém desafiando o status quo daquilo que chamamos realidade, pronto para embarcar numa jornada pelo desconhecido, pelo estranho, pelo extraordinário. Esse chamado é algo difícil de explicar. Mas é uma sensação semelhante ao de ter o coração roubado – uma parte de você não consegue mais viver neste mundo em paz, e uma constante “saudade de casa” assombra nossas…

  • Boêmios

    Sailing La Vagabonde

    Todo verão é a mesma história… O desejo de trocar o apartamento por um barco e me mudar para o Caribe bate, e as únicas coisas me impedindo de fazer isso são os meus gatos e meu pequeno jardim de varanda. Sempre fui atraída pela ideia de morar numa ilha deserta e, acredito, exista algo de pirata em mim. Mas, por enquanto, meus limites de navegação são pela internet. E numa dessas viagens aleatórias no mar dos algoritmos, descobri o canal Sailing La Vagabonde e me apaixonei pelo casal Elayna e Riley. Resumindo uma longa história, há alguns poucos anos, Riley comprou um barco – mesmo sem nenhuma experiência em velejar – e tinha…

  • Mí(s)tico

    Seiðr

    Existe um tipo antigo de magia, conhecido entre os nórdicos, da qual pouco se sabe nos dias de hoje. Essa magia era praticada quase que exclusivamente por mulheres, que costumavam ter uma vida um tanto nômade, indo de cidade em cidade oferecendo sua sabedoria em troca de comida e um lugar para dormir. Essa magia era chamada seiðr, e as mulheres que a praticavam eram conhecidas, geralmente, como völva. A exceção masculina de que se tem conhecimento é do próprio Odin, que foi aprendiz de Freya. Seiðr é uma combinação de ciência natural usada para causar mudanças e alcançar certos objetivos. É um ritual em que canções e encantamentos são…

  • Ouvir

    Loreena Mckennitt e os Ecos do Outro Mundo

    De tempos em tempos, os ventos da arte e da música guiam meu voo na direção de algum artista que, estou certa, é de outro mundo. Um mundo onde seres mitológicos existem e mesmo os dias mais sombrios e tempestuosos são celebrados com festa, risadas e muita dança. Há alguns anos, esses ventos me levaram para as terras onde Loreena Mckennitt habita. E, ouso dizer, é lá que meu coração mora também. É naquelas terras que meus olhos ficam cheios de lágrimas ao som de boa música e sou tomada pela sensação de nostalgia por uma vida que nunca tive num lugar muito distante de onde estou agora. Ainda assim,…

  • Boêmios

    Paola Merrill, The Cottage Fairy

    Gostaria de escrever este texto enquanto espio pela janela vez ou outra para me perder em pensamentos sobre gratidão por viver num lugar tão lindo e cheio de verde. Mas essa ainda não é a minha realidade. Se olhar para fora, verde é o que menos vejo por perto (não levando em consideração, é claro, as paredes do meu quarto). Então, enquanto a minha casa no mato não aparece, vou vivendo a vida dos meus sonhos através de quem já está lá, do outro lado da realidade… Paola Merrill, The Cottage Fairy, apareceu no meu feed do Youtube tem algum tempo, e acompanhar pequenos momentos da vida dela tem mantido…

  • Boêmios

    Laurie Cabot, a tia excêntrica que sempre quis ter

    Existe uma bruxa em Salem, Massachusetts. Uma bruxa que se veste de preto (todos os dias), usa um colar com o pentagrama e tem um familiar. Ela faz feitiços em seu caldeirão, vende poções mágicas, fala com espíritos e celebra a Roda do Ano. O estado de Massachusetts até reconhece ela como a “bruxa oficial de Salem”. Entre os praticantes da arte, e muitos outros que tiveram contato com ela através dos seus livros, ela é chamada de Laurie Cabot. Mas, para mim, ela é a tia Laurie. Não, eu nunca conheci ela pessoalmente. E estou bem certa de que ela nem suspeita da minha existência. Mas Laurie Cabot conquistou…

  • Artes,  Ver

    Jovens Bruxas (1996)

    Jovens Bruxas foi o filme que apresentou a bruxaria para mim. Não sei explicar muito bem, mas enquanto assistia ao filme, sozinha no cinema, meu corpo não parava de responder aos elementos mágicos do filme. Arrepios, vontade de chorar, saudade de alguma coisa que nunca conheci, alívio… Tudo aquilo parecia verdadeiro e real para mim, de alguma forma. E quando, no meio do filme, me perguntei “Sou uma bruxa?”, meu coração começou a bater num ritmo diferente, mais forte, como um tambor, estremecendo meu corpo inteiro. Bem ali, na sala de cinema, eu descobri que acreditava em alguma coisa maior que eu, maior que entidades divinas, maior que a minha…

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